quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Uma boa história, se fosse verídica.


Era junho, 17 de junho de 2010. Uma viagem, mais de dois mil quilômetros, tinha nervosismo, ansiedade e repentina solidão.
Agitada só pensava no pequeno grande mundo que a esperava e as delícias de se sentir enfim independente. Dez dias para ver o mar, pedir a benção do Cristo Redentor e sentir o doce do pão de açúcar. Lá encontrara outra parte da família e um alguém que mudou estes dez dias.
Gostaria de falar deste alguém, mas seria audaciosa. Podemos falar então das coisas que tornaram estes dias mais que especiais. Tinha uma combi, eles chamam de condução. Tinha também um cinema, passava um filme chamado "plano B" que de forma surpreendente era paralelamente real com o que estava acontecendo ali. Lá também havia uma rede de fast food, uma coroa que poderia a transformar numa verdadeira princesa. A cidade era cheia de grandes passarelas, que levava ela de um mundo comercial a alguma estação de trem. Passou os dias se divertindo, as noites conversando até altas horas, acordou cedo num domingo para atravessar de Nova Iguaçu até Xerém. Bebeu leite com achocolatado e comeu alguns pães de queijo. Tinha companhia até de madrugada em uma beliche ao lado de uma mesa de computador onde ficava um enfeite com uma placa: "sou + feliz ao seu lado". Era interessante, a imagem vem nitidamente.
Como época de copa do mundo, um clássico jogo da seleção e se viu rodeada por desconhecidos que tinham feito daquela quente tarde de domingo uma grande diversão. Ele sentia ciúmes dela por algum motivo e ela dele. Tinha um outro colega, um fusca azul.
Outro dia e ela foi se divertir em alguma sala de jogos de um shopping, pareciam um casal. Ele de roxo e ela de lilás, um tom degradê que se completavam, combinavam.
Tinha uma espécie de barzinho, não remetia ao faroeste, mas chamava-se Sheriff. Lá ela sentiu ciúmes dele por algumas questões, devia ser pelo fato dele elogiar a companhia dela o tempo todo.
Iam se passando as horas e dias, e ele teve de ajustar sua rotina à dela, fez valer a pena.
Então chega aquela madrugada que ela acorda pé por pé e junta as malas, coloca no carro.
Eles mal haviam dormido a noite. Foram longos minutos, horas até chegar ao aeroporto. Ela de casaco azul listrado, como a imensidão do céu que começava clarear e ele fardado como um bom soldado de missão cumprida: Fez dos 10 dias dela, os mais especiais.
O tempo passa, três anos, dois meses e dezoito dias e eles têm outra conversa. Vem as lembranças, ainda guardadas numa caixa de sapato. E não é pelo fato de ter sido seus 15 anos. E sim porque foi ele sua melhor companhia. Ele carregava dentro de si um pouco de cada pessoa que fazia dela a pessoa que era. Ele tinha um pouco dos seus pais: protetor e ciumento, amigo sempre que necessário. Tinha um pouco de sua irmã: brincava com ela, tirava fotos.
E tinha mais: tinha um pouco dela, que deixou de lembrança pra ele.
A história não acaba aí, ela tem um sujeito, oculto.


Autoria própria. História criada para se ler quando estiver ouvindo alguma música, pode ser até mesmo Celine Dion, To love you more.


Um comentário:

  1. Muito legal ! eu gostei muito! Parabéns, você escreve muito bem, me deixou com gostinho de quero mais...

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